Eu escolho me amar. Mas eu não sei como fazer isso.
Eu escolho mudar, penso todo dia a noite, acordo cansada pela manhã.
Eu escolho ser amada. Não deixo ninguém se aproximar.
Eu escolho me sentir bonita, como uma caixa de bis e bebo só coca cola.
Eu escolho ler mais, mas a pilha de livro cresce enquanto rolam séries que eu não assisto na televisão.
Eu escolho ser próspera, mas me afundo em dívidas e não procuro saída.
Eu tenho ideias, muitas, que eu tenho medo de colocar no mundo e serem rejeitadas.
E eu não sei como virar a página, porque quero tudo ao mesmo tempo agora enquanto não saio do sofá.
Ansiedade? Bipolaridade? Depressão? TDHA? Qual o diagnóstico? Da pra ter burnout por ser mãe em tempo integral, sem rede de apoio e folga? Talvez ainda seja só a minha criança ferida pelas faltas.
Quem sabe eu não tenho repertório afetivo, referências positivas, e esteja tateando em um caminho tortuoso e solitário, onde nunca parece ter luz no fim do túnel, enquanto interpreto a personagem de minha própria história sorrindo na matrix.
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