Foram os melhores sete dias da vida. Não havia nada, uma vírgula, um ponto ou travessão que não tivesse sido perfeito. Era como se durante toda a vida ela tivesse procurado aqueles lençóis. Aqueles braços, aquele abraço ou cheiro. Era como estar em casa, mesmo que o lar fosse distante.
Ambos temiam aquele momento. Entre taças de vinho e beijos, sabiam que uma hora o tempo andaria. Recusaram-se a fazer juras que não seriam cumpridas. Prometeram não telefonar. Despediram-se no carro, como um até breve. Mas antes que a porta giratória a engolisse, ele suplicou por seu nome.
As mãos tremeram, o coração acelerou. Recusava-se a olhar para trás. Não seria capaz de deixá-lo. Foi engolida, pela porta e pelas pessoas que também entravam e saiam. Deu uma volta completa. As pernas, que ela insistia em mandar andar pra frente, se recusaram.
Na primeira volta o viu. Ainda reticente, sem saber se ia ou ficava, mais uma vez foi levada. Na segunda volta, queria sair. Ele ainda estava ali. E quando se deu a terceira volta, não mais o viu.
Em desespero, lamentando a própria sorte, fez com que os pés acelerassem, encontrando a rua, procurando pelo abraço que não deveria ter abandonado. Em um grito lamuriado, o seu nome chamou.
— Estou aqui. — A voz baixa e calma se fez melodia ao seu lado. — E sempre estarei.
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