Não me pergunte o que deu errado. Eu acredito, sinceramente, que não houveram erros. Não assim , não fundamentais, a ponto de colocar tudo que vivemos na lata do lixo. Nossa história foi nossa história e como dizia o poeta, infinita enquanto durou. E ela durou. Tivemos tanta sorte de nos encontrarmos pelo caminho e termos construído algo juntos. Mas o seu infinito chegou ao fim. Sentiremos saudades e lembraremos com vontade de várias coisas. Das risadas casuais, das brigas esporádicas, dos ataques de loucura ao ver baratas passando a caminho do quarto. Vamos sentir saudades do calor um do outro, do conforto conhecido dos braços, das frases feitas, das palavras perfeitas, dos costumes já tão rotineiros. Mas será uma saudade gostosa, como das coisas da infância que sentimos, mas sabemos que não voltarão.
Não tente procurar motivos. Eles não existem. Apenas foi uma estrada que findou e continuarmos juntos seria arriscado para tudo que tivemos. Um último “eu te amo”, mais sincero que talvez todos os outros. Um último “se precisar estou aqui” e cada um segue seu rumo. A gente vai se perguntar se foi a decisão certa. Vamos pensar em ligar mil vezes para contar qualquer besteira e ouvir a voz tão familiar. Mas a gente sabe que foi.
Não foi o amor que acabou. Ele não acaba nunca. Tudo que vivemos, compartilhamos e criamos sempre vai estar lá. Ele só mudou de forma e agora não é mais suficiente pra que a gente divida o mesmo espaço, a mesma vida. Sem se confrontar com situações onde nos sentimos completos estranhos. Com silêncios desgastantes e vontades controversas. Podemos dizer que vencemos. Afinal, antes que tudo rolasse ladeira baixa, saímos de cabeça erguida, com um breve aceno, um selinho discreto e seguimos em frente. Não houveram erros, tropeços ou faltas irreparáveis. Houve apenas um sentimento que um dia foi fogo, virou brasa e se apagou. Mas as cinzas sempre vão estar lá pra nos lembrar do que fomos um dia.
Então meu amor, não procure motivos, não perca tempo tentando encontrar erros. Não tente adivinhar como seria se seguíssemos a mesma estrada. Aconteceu o que deveria acontecer. E foi lindo, eterno, infinito... enquanto durou. Mas agora a gente diz “fica bem” e segue por novos rumos, procurando novos infinitos…
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